A comoção pela morte do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, ganhou destaque e repercutiu em todo o mundo. No Facebook, uma página ganhou destaque ao usar a linha do tempo da rede social para contar com detalhes os 95 anos da história do símbolo da luta contra o apartheid.
A timeline “The Long Walk of Nelson Mandela” traz fotos e vídeos que recontam os momentos mais importantes da vida do sul-africano, desde o dia de seu nascimento, em 1918, passando pelo período em que se envolveu em protestos estudantis e pela época em que esteve preso. As postagens também trazem curiosidades, como o verdadeiro nome de Mandela, Rolihlahla, que significa encrenqueiro, no dialeto local.
Madiba, como era conhecido, faleceu em sua casa, em Pretória, na quinta-feira, dia 5, devido a uma infecção pulmonar. O funeral deve durar 12 dias. O corpo será enterrado na aldeia de Qunu, onde nasceu, ao lado dos restos mortais de três de seus filhos, como era desejado pelo Nobel da Paz.
Trajetória
Ganhador do prêmio Nobel da Paz e um dos principais símbolos da luta contra o apartheid, Nelson Mandela nasceu em 1918, em uma família de nobreza tribal, da etnia xhosa, em uma pequena aldeia na região de Transkei, interior da África do Sul. Aos sete anos tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola.
Após ser expulso do curso de bacharel em direito, em 1934, por se envolver em um boicote contra as políticas universitárias, mudou-se para Johanesburgo, capital do país, onde terminou sua graduação e continuou seus estudos na Universidade de Witwatersrand.
Ainda estudante, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid – que negava aos negros, mestiços e indianos direitos políticos sociais e econômicos – e uniu-se ao Congresso Nacional Africano, em 1942, fundando, dois anos depois, a Liga Jovem do CNA. Tornando-se mais ativos depois que os Afrikaners (Partido Nacional) – que apoiavam a política de segregação racial –, ganharam a eleição de 1948.
Sempre comprometido com atos não violentos, Mandela e seus companheiros decidiram pegar em armas depois do massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana matou 69 pessoas e feriu 180, se tornando comandante do braço armado do CNA, coordenando uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo, viajando para o Marrocos e Etiópia, onde recebeu treinamento paramilitar.
Preso em 1962 através de informações da CIA à polícia sul-africana, foi sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Já em 1964, foi condenado a prisão perpétua por sabotagem e por conspirar com outros países para invadirem a África do Sul.
Durante os 27 anos em que passou preso, o ativista se tornou um ícone da luta contra o apartheid e a frase “Libertem Nelson Mandela” se tornou o lema das campanhas antiapartheid em vários países. Nos anos 1970, Mandela recusou uma revisão da pena e, em 1985, aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada, continuando na prisão até fevereiro de 1990, quando a CNA e a pressão internacional conseguiram sua liberdade, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Mandela e Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz em 1993. De julho de 1991 a dezembro de 1997, como presidente do CNA, e de maio de 1994 a junho de 1999, como o primeiro presidente negro da África do Sul, Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando reconhecimento internacional por sua luta.
Após o seu mandato, o ativista voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos, recebendo muitas distinções no exterior. Em 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública, mas manteria o seu comprometimento para a arrecadação de fundos contra a Aids. No seu aniversário de 90 anos, em julho de 2008, a comemoração foi um ato público, com shows e a presença de artistas e celebridades engajadas.
Fonte: Mundo Pop