Redes sociais como o Twitter ou o Facebook ampliam o conceito de cidadania, aumentam a democracia e proporcionam maior liberdade de expressão.
“Todos temos uma voz, nem que seja ilusória”, afirma o psicólogo e também docente universitário Miguel Pereira Lopes, para sustentar a ideia de que as redes sociais vieram “democratizar a comunicação”.
Enxurradas de tweets, comentários no Facebook, milhares de fotos publicadas no Instagram. Jovens protestando com uma bandeira na mão e um celular na outra para não perder nenhum registro: as redes sociais são as outras ruas e praças dos protestos no Brasil.
As redes sociais são o grande canal de comunicação que se mantém com força após semanas de protestos que surpreenderam o mundo. A frase ‘o gigante acordou’ se transformou em um dos lemas que se espalhou rapidamente graças à internet. A onda de protestos, que surgiu contra o reajuste no preço do transporte público, derivou em uma reivindicação generalizada.
Um vídeo de seis segundos que registrava a passeata de milhares de pessoas no centro do Rio de Janeiro virou hit na internet e se tornou uma das imagens mais divulgadas dos protestos. Foi transmitido pelo Wall Street Journal, pela emissora canadense CNBC e pela britânica BBC.
Este é um claro exemplo de como os protestos das últimas semanas consolidaram a importância da internet e das redes sociais como ferramentas de comunicação no país. Muitos recorreram aos serviços para se informar, a partir de relatos no Twitter e no Facebook. Vídeos como este simbolizaram os eventos tanto ou mais do que as imagens feitas por redes de televisão.
Em São Paulo, durante as horas mais tensas do confronto entre manifestantes e a Tropa de Choque na Rua Augusta, a única transmissão ao vivo ficou a cargo do canal online PosTV, com imagens feitas por um iPhone. A exclusividade da cobertura se refletiu nos acessos, que chegaram a 180 mil. O link da transmissão foi compartilhado à exaustão – incluindo pelo jornalista Jorge Pontual, da TV Globo, que elogiou a transmissão no Twitter.
Pereira Lopes, que leciona no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) recorda que “já havia revoluções antes das redes sociais”, mas que a ferramenta possui grande poder sobre as massas. Em sua opinião, a rapidez, a par do baixo custo, são fatores determinantes no sucesso destas novas formas de comunicação.