O mercado publicitário e a publicidade em geral é um dos que mais faturam no nosso país. Vários países europeus se mobilizam para regulamentar a publicidade infantil mas no Brasil ainda não existe legislação sobre o tema.
Além da publicidade voltada especificamente para as crianças como brinquedos, roupas e jogos, a publicidade investe forte nas propagandas para o publico infantil influenciar os demais moradores da casa. É o caso da compra de automóveis – 60% das crianças declararam que a sua opinião é levada em consideração por seus pais. Há também uma alta colaboração em itens de vestuário, alimentação e calçados – 56% dos pais afirmam que escolhem junto alimentação e calçados e 54%, vestuário – e nas decisões dos lugares onde a família costuma ir, como cinemas e restaurantes.
O público infantil exerce hoje, entre outros papéis na sociedade, a função de consumidor. As crianças são consumidores ativos de produtos e serviços que, cada vez mais, são “customizados”. A influência de compra acontece através de dois diferentes vetores: crianças influenciam direta e indiretamente a compra de produtos para elas mesmas, e crianças influenciam direta e indiretamente a compra de produtos para os próprios adultos.
Os comercias não medem esforços para vender produtos direcionados a crianças. Na internet, o problema é ainda mais acentuado. No dia a dia, as empresas não param de inovar, fazendo diversas ações de marketing para garantir a atenção da garotada. Existe uma grande discussão para saber se as crianças estão ou não preparadas para receber tanta publicidade.
Para o psicólogo Assis Parente existem “propagandas que ajudam”, mas outras que “condicionam e que afetam o desenvolvimento da criança”. Segundo ele, muitas vezes, as crianças não estão preparadas para receber tanta carga de informação, o que acaba atrapalhando o desenvolvimento infantil.
A editora jurídica Rosana Simone Silva conta que cresceu assistindo a publicidade e não vê como as crianças podem crescer longe de tudo isso. Segundo ela, não existe nenhum problema em assistir propaganda, mas ressalta que essa publicidade precisa ser feita com muito cuidado, respeitando os limites impostos pela lei e pela regulamentação. Ela lembra que a criança se torna consumista não pela publicidade, mas porque nossa sociedade é assim.