O Instagram, programa gratuito que permite aos usuários tirarem fotos, aplicarem um filtro e depois compartilhá-las numa variedade de outras redes sociais é o aplicativo do momento. A rede social de fotos já faz parte do dia-a-dia da maioria dos usuários de smartphones e vem se popularizando no Brasil. De olho nesse mercado em ascensão, grandes marcas já querem fazer dinheiro em cima da visibilidade do aplicativo que foi comprado pelo Facebook em 2012 pela bagatela de US$ 1 bilhão, mas que até o ano passado nunca tinha gerado receita.
A primeira empresa a postar anúncios na rede social de imagens foi a Michael Kors, marca de acessórios de luxo – em dezembro de 2013. O post promocional passou a aparecer na timeline dos usuários, inclusive na daqueles que não seguiam a página da empresa patrocinadora. Dentro das primeiras 18 horas da postagem o anúncio da grife americana gerou 218 mil likes (370% a mais que um post comum), 4,4 milhões de impressões e 33 mil novos seguidores para a marca.
No entanto, nem tudo são flores, pois mesmo possibilitando que os usuários insatisfeitos com os anúncios mostrados pudessem esconder a imagem com a opção de apenas dois cliques sobre ela, muitos deles denunciaram a publicação e demonstraram bastante insatisfação com a publicidade no Instagram.
O desafio que se impõe agora para o Facebook será o de transformar o produto adquirido por US$ 1 bilhão em um negócio rentável, mas a tarefa não é fácil. A pergunta é: como integrar a plataforma publicitária sem perder a essência do Instagram? Criado em 2010, o aplicativo nasceu com o objetivo de oferecer aos usuários uma forma fácil e limpa de compartilhar fotos com filtros artísticos. Seu público fiel, porém bastante exigente vai precisar de tempo para se acostumar com a nova cara da rede social.
Desde setembro deste ano, o Instagram passou a oferecer sua plataforma de publicidade para anunciantes de todos os portes. Até então, a rede social restringia os formatos comerciais para um grupo seleto de 20 marcas, que participaram de um período de testes de publicidade no Brasil. Agora, com bons resultados dessa experiência, a rede finalmente colocará em prática uma proposta que já vem apresentando há muito tempo, que é a de oferecer sua plataforma para campanhas que queiram cativar o público através de imagens.
O otimismo do Instagram em relação à abertura da timeline às inserções publicitárias é alto. De acordo com o diretor, os cinco meses em que a empresa testou o formato no Brasil já foram suficientes para demonstrar o potencial da rede social para a veiculação de campanhas. Segundo o porta-voz, avaliações encomendadas à Nielsen mostraram que o índice de lembrança de campanhas e mensagens publicitárias postadas no Instagram é alto. “Estamos oferecendo nossa estrutura para auxiliar agências e anunciantes a aproveitarem melhor os recursos da timeline e construir uma comunicação efetiva com o público-alvo, como já acontece com o Facebook”, frisa o diretor de desenvolvimento de negócios.